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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foto: http://www.reginaldocazumba.com.br/

 

 

WANDA CUNHA

 

( São Luís, Maranhão – Brasil )

 

Wanda Cristina da Cunha e Silva nasceu em São Luís do Maranhão, no dia 05 de junho de 1959. Filha do escritor e jornalista Carlos Cunha e da professora Plácida Jacimira Cabral da Cunha.

 Estréia na Literatura Maranhense aos 12 anos de idade, com uma peça teatral, em dois atos, publicada no Jornal Pequeno, intitulada “Sociedade Moderna”. Conquanto, aos dez anos já escrevia trovas mimosas, típicas de sua idade. Na adolescência escreveu várias poesias, que foram publicadas em 1981, sob o título de “Uma Cédula de Amor No Meu Salário”, livro de estréia. Formada em Comunicação Social (Jornalismo) e Letras. Em 1983, publica o seu segundo livro, desta feita de crônicas, intitulado "Engraxam-se Sorrisos”.

Em 1986, publica o livro de poesias “Rede de Arame”, que traz a orelha do escritor João Felício dos Santos.Em 1989, publica, sob um título barroco, seu “Geofagia ruminante no sótão da preamar”, um poema longo e de fôlego, através do qual canta as belezas de sua terra natal, suas história, topografia, culinária, linguística e política social, à luz de um estilo de cordelista ciosa do seu ofício. Publica, em 1993, seu livro antológico “Flor de Marias No Buquê de Costelas”, reunindo mais de 20 (vinte) autoras, todas sob o nome de Maria, que são, na verdade, heterônimos da escritora. Lança, em 2009. o CD “Vida de Ouro e Amor de Prata”, com músicas de sua autoria, em homenagem aos seus 50 anos de idade e 25 anos de casada.

 

VOZES DE AÇO. XXIII Antologia poética de diversos autores.  Homenagem à     escritora Raquel Naveira.   Org. Jean Carlos Gomes.  Volta Redonda, RJ: Gráfica Drumond, 2021.   104 p.  15 x 21 cmISBN 978-65-86744-31-6
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

FÊNIX

Não tive tempo pra ressuscitar
A fênix chegou primeiro
E roubou minhas cinzas.

 

ÀS DUAS IRMÃS

A tristeza me consome na ausência de Tereza
E na partida de Isabel.
E eu partida sem elas.
Duas irmãs que me ensinaram a sorrir
Sem medo da morte.
E me ensinaram a chorar
Com medo da vida.

 

COLETÂNEA VIAGEM PELA ESCRITA. Vol. VII – Homenagem ao poeta Reynaldo Valinho Alvarez. Org. de Jean Carlos Drumond.  Comentários por Álvaro Alves de Faria, Anderson Braga Horta, Antonio Miranda, Antonio Torres, Gilberto Mendonça Teles, José Eduardo Degrazia.  Volta Redonda, RJ: PoetArt Editora, 2020.  
100 p.                                                         
Ex. bibl. Antonio Miranda

 

TERMINOLOGIA DE TEREZA

Tenho tecido Tereza todo tempo
Teimando ter tido todo tempo tudo
Tecendo Tereza, tenho todo tempo
Tentativa de ter todo tempo tudo

Turbulenta, traduzo o termo “ter tudo”
Ter tudo é ter tido o tempo de Tereza,
Torrente de travessa num tempo tronchudo
Transformo a tristeza em Tereza-tardeza.

Tereza tricota o termo ternura
Traduz a tristeza com tanta ternura
Tangente, tão gente, trajando Tereza

Tracejo um terceto trilhando a tristeza
Trafego, tropeço... E a tarde tintura
O meu termo todo do termo Tereza.

 

DOIS EXTREMOS

Se sou tua metade, desconheço
A metade da minha criatura.
Na verdade, percebo: és meu avesso
Que escondi no alinhavo da costura.

Agulhas entre linhas diferentes
Não há como juntar nossos retalhos.
Somos moldes que, postos frentes à frente,
Não conseguem compor um agasalho.

Um é terra; outro é mar; um é extremo
Do outro cujo meio é indefinido.
O oposto do outro nós seremos,

Enquanto formos feitos de defeitos.
Esse amor que nos une é corrompido:
Desconhece o sentido do respeito.

 

I COLETÂNEA POÉTICA DA SOCIEDADE DE CULTURA LATINA DO BRASIL construindo pontes. Dilercy Aragão Adler (Organizadora).  São Luís: Academia Ludovicense de Letras – ALI, 2018.   298 p.   ISBN 978-85-68280-12-6   No 10 353


MUDANDO O MUNDANO

O mundo muda suas penas
De pernas para o ar.

Não há abrigo; há perigo, talvez.
Pois a vez é tal tecnológica
Que a lógica busca logística
Na orgia de absurdos.

E os surdos não veem
O que os cegos ouviam do Ipiranga,
Depois de posto e deposto
O Rei morto com rosto de cruz.

Na calma da alma,
A palma da mão se une a outra;
A cal do semblante gera a cera
Sem antes saber que era a era
De caber no caixão pra cair no chão
Depois de implantes infrutíferos
Ante o desplante de vidas e idas dos mortais.

Ungiam-se cirurgias. Urgia a dor.
Na roda-viva de quem vive aqui, tudo acaba.
A Ciência, entretanto, calça as sandálias para entrar
No templo de um tempo temerário,
Na busca da eternidade, idade eterna de deuses.
O fato sé que o feto tetraneto sobreviverá
A todas as doenças, porque a nova crença é que a morte morrerá.


A LÍNGUA

A língua é um bom prato;
O prato, um bom texto;
O texto, um bom gosto.
Mas que língua degusto
Sobre o prato
Na hora do texto?

Já saboreei a língua do boi
Que assanhou a gravidez de Catirina
E deixou Pai Francisco em maus lençóis.

Temperei a língua da poesia ao molho pardo
de minhas metáforas
E cozi a língua que virou
a “Última flor do Lácio inculta e bela;
de Bilac e de meus avós.

Já suguei a língua que esteve enroscada à minha,
Atrás da Via-Láctea de cuspe
No céu da minha boca.

Experimentei a língua da sogra
Sem a ternura das festas de aniversário.
E quis sentir o sabor da ociosidade ingênua
E apenada da língua dos surdos-mudos.

Que não me queira mal minha vizinha,
mas sua língua ferina não comerei no jantar.

Ela, com sua língua de trapo,
Dá com a língua nos dentes sem ser poliglota.
Tem a língua afiada, a língua comprida, a língua de palmo.

Nem um banho de língua lava a língua suja dos maldosos
Porque essa é a língua maior que o corpo
E que faz qualquer um cair na língua do povo.

Por isso é que, no amontoado de línguas,
Criou-se a torre de babel


Por isso, é preciso dobrara a língua
Pra falar da língua

Pois a língua sé um bom prato
O prato, um bom texto;
O texto, um bom gosto.

E é por causa da língua que
Boto a boca no mundo.


BALANÇO

Eis o meu capital:
Um restinho de sonho,
Uma sobra de sombra no quintal.
Eis o meu salário:
Um sorriso estanque,
Um choro hilário.
Eis o meu dinheiro:
Um silêncio som que palito os dentes
Pra jogar no lixeiro.
Eis o meu provento:
Uma decepção,
Um resto sentimento.
Eis a minha aposentadoria:
Uma esperança caduca,
Uma falsa alegria,
Eis minha poupança:
Uma saudade antiga,
Uma vaga lembrança.
E eis a minha inflação:
Tamanha tristeza
Num pequeno coração.
E eis meu cheque sem fundo:
Dei a minha pureza
Em troca do mundo.
Eis a correção monetária:
É tanto passado
Que ultrapassa a faixa etária.
Eis meu juro de mora:
Fui menina e fui jovem,
Hoje, sou senhora.
E eis meu saldo devedor:
deixei passar a vida
à espera de um grande amor.


FECUNDAÇÃO

Meu óvulo marcou um encontro
Com um espermatozoide,
às quatro horas da tarde,
na esquina das minhas trompas.
Meu óvulo esperou um bom
tempo por quem não veio...
Caiu em depressão e saiu
perambulando em mim,
chocando-se com a solidão,
na minha parede uterina.
E o assoalho inundou-se em sangue,
como um absorvente comprado
às pressas numa farmácia...
...Pareceu-me um suicídio!!!
Meu novo óvulos marcou novo
encontro com um novo espermatozoide,
às sete horas da noite,
na esquina das minhas trompas.
Identificaram-se...
Foram morara nome útero,
tipo casinha feita a ovo,
que virou sobradinho feito a feto.
E eu sustentava aquela família
através de um cordão umbilical,
que não levava a ela o preço da carne,
nem da luz nem e nem...
Nove meses de espera
dentro de um regime matemático.
Agora, numa dilatação de angústia,
estou morrendo de dor:
meu filho vai conhecer
o regime do país.


QUESTIONAMENTOS

Por que nasci Eva
E cresci Dalila?
Por que sou Salomé
E estou Madalena?
Tudo que me ensinaram
Foi ser a costela
De alguém semelhante a mim,
Mas com uma semelhança
Sem a nuança
Da Maria que assumi.
Por que retrato mais culpa que Adão?
Por que semeei mais perigo que Sansão?
Por que inspiro mais astúcia que João?
Por que só Cristo não me atirou a pedra
que trazia na mão?
Ora,
Eu não sei por que nasci costela
E, ao mesmo tempo, a escolhida a ser Maria.
Tudo isso, entretanto, não me vangloria
Que, sem Deus, certamente eu não seria
Todo esse ser de glórias e inglórias
Que, diversas vezes, mudou com ironia
O percurso de todas as histórias.

 

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VEJA e LEIA outros poetas do MARANHÃO em nosso Portal:
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/maranhao.html     

Página publicada em março de 2025.    


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Página ampliada e republicada em março de 2022.

 

 

 

 

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VEJA E LEIA outros poetas do MARANHÃO em nosso Portal de Poesia:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/maranhao/maranhao.html

 

Página ampliada em setembro de 2021              


 

 

 
 
 
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